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domingo, junho 15, 2008

não, entre consciência e

Abriu os olhos de repente. Se os fechava, não fazia diferença. O sol penetrava em sua pálpebras. Virou-se de lado e assim permaneceu até que seus cabelos escuros estivessem quentes como brasa. Não sonhava, mas não eram imagens conscientes que se projetavam na tela vermelha à sua frente. Um inseto, uma uva, um mendigo, um livro rasgado, uma calçada infinita, um beijo, um lápis bem apontado, uma queda. Não saberia dizer o que eram.

Arregalou os olhos. Encontrou à sua volta uma televisão, uma caixa de pizza, uma poltrona, dois copos, revistas, meias, um caça-palavras pela metade, um pedaço perdido de pizza, uma garrafa de vinho barato, três cadeiras, um violão, cinco almofadas, duas portas fechadas e uma entreaberta, uma cortina escancarada e um corpo adormecido.

Acordou. Fechou a cortina, puxou os dois braços inertes para em volta de si e os olhos se fecharam. Tudo ficou escuro.

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