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esse blog não foi feito para você entender; sequer para você ler.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Saudade

É engraçado.

Eu lembro de ter todos planos feitos. Era quinta-feira. No dia seguinte, churrasco da sala. Já tinha combinado com as meninas que iam voltar de ônibus, como eu. Passagem comprada para ir para casa sábado de manhã.
Lembro de estar ali, no corredor. Sentada no banco, ou no chão ao lado dele. Ou de pé. Não sei, faz tempo, talvez não tanto em dias, mas muito em acontecimentos. Foi aí que bateu um sentimento peculiar que, como todo sentimento, aparece sem pedir licença e você não sabe explicar.
Estava eu entre tantas pessoas, estranhas, mas nem tanto. Pessoas que eu realmente acreditava que valesse a pena conhecer. Mas me senti sozinha, de repente. Sozinha na multidão. Sabe como é, não?
Uma saudade de casa que eu nunca havia sentido me invadiu. A perspectiva da espera até sábado me corroía por dentro. Depressão instantânea momentânea.
Mensagem de celular me salvou naquele momento. Descobri que podia trocar a passagem. Não tinha muita experiência rodoviária até então. Pus-me a caminho do terminal, troquei a passagem para sexta. Me senti aliviada.

*

É realmente engraçado. Faz tão pouco tempo, em dias, afinal. E há quatro dias disse eu adeus para estes mesmos "estranhos" várias e várias vezes, querendo adiar a despedida. Não aquelas despedidas de uma vida, uma década, um ano. Daquelas despedidas de poucos dias que, naquele momento, parecem tão distantes e iminentes ao mesmo tempo.
Bateu de novo aquele sentimentozinho. Mas em uma forma diferente. Sabe aquela saudade que dá de pensar no tempo longe? Que bate na hora que você está cara a cara com a pessoa, mas sabe que não vai mais ficar assim por algum tempo. Eu sempre sinto essa saudade.
E sabe aquela saudade do que não aconteceu? É, essa eu também sinto, misturada com a do que passou. Queria ter aproveitado mais o tempo que não volta.
Mas não, não estou triste. Aquela tal consciência não deixa. É só saudadezinha, aquela coisa esquisita. É só a ironia dos momentos. Aquela lembrança do momento em que você não fazia idéia do que viria a seguir. Esse momento que também é agora.
É engraçado.

4 comentários:

Carolina disse...

Não, a saudade não é ruim.
É engraçada, é esquisita.
É meio inexplicável e controversa.

Fernanda disse...

e ela, a saudade, também mora dentro do amor.

Anônimo disse...

miss you!

Anônimo disse...

Acho que é normal nos sentirmos assim! Eu pelo menos fiquei assim quando falei tchau pro pessal e vim pra casa...