AVISO

esse blog não foi feito para você entender; sequer para você ler.

domingo, novembro 19, 2006

22:04

Sentada na cadeira, costas para o computador, pernas sobre a cama. Ela lia. Leria, se não fosse o inseto, grande, que insistia em manter sua cabeça na rota de vôo. Chovia lá fora, mas a janela ficava entreaberta. Calor. A cada passada do inseto seu nariz coçava. Ela puxou para perto a caixa de lenços de papel. Maldita alergia.
Maldito bichinho. A revista que lia se transformou em arma. Tentava empurrar no ar o desgraçado janela afora. Sem sucesso. Fechava a janela. Abria a janela. Tentava ler. Coceira no nariz. Lá vem ele, de novo! Ela levanta os olhos, olha as paredes em volta. Mosquitos! dezenas deles! Ao olhar de perto, não tem certeza. Mosquitos esquisitos.
Ela não hesita: pega uma toalha da pilha de roupa para lavar e arremessa-a contra todos pequenos e repugnantes seres que invadem seu lar. Burros. Nem se mexem, esperam a morte chegar. Pá e vassourinha. Mosquito morto por todo lado. Abre a janela e joga-os do terceiro andar. É aí que vê: outras dezenas grudadas do lado de fora da janela! Fecha toda a casa.
Calor. Ela sente bichinhos subindo em suas pernas. Tem certeza que ele está ali, bem no meio da canela da perna esquerda. Fica olhando para o ponto da leve cócega: não há nada.

Mosquitos psicológicos, ótimo. Não adianta matar os de verdade.

Nenhum comentário: