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quinta-feira, agosto 10, 2006

Parte II - O Fruto Escarlate

“Papai! Quero ser jornalista que nem você.”
Assim dizia a pequena Fê, menina curiosa e inteligente. O sangue de jornalista realmente corria em suas veias. Por muitos momentos polêmicos passaria Fernanda, e o primeiro deles surgiu já em sua classe de escola primária:
“Ele é verde, como o limão!”
“Não! É amarelo, igual a banana!

A pequena Fê não compreendia o daltonismo de seus coleguinhas. Para ela, era óbvio:
“Gente, o jambo é vermelho! Como a goiaba!”
Não haveria comparação mais inteligente. O limão e a banana nada tinham a ver com o fruto adocicado de leve toque ácido, com casca lisa e forma semelhante à pêra. Mas a goiaba é aparentada do jambo, membro da mesma família de nome esquisito, que só os botânicos conseguem dizer.

Crianças, porém, não se convencem por argumentos racionais. A classe da pequena e esperta Fernanda dividiu-se sob bandeiras verdes, amarelas e vermelhas.
No recreio entre as aulas, sentavam-se as crianças sobre a grama para comer o lanche. Um terço da classe comia goiabas. Outro terço comia bananas. A terceira porção dos pequenos alunos não comia limões, pois estes são azedos, e que criança gosta de coisa azeda?

A forma de defender um ponto de vista parecia insana. Mas a pequena Fê realmente gostava de goiabas! Goiabas, jambos, e tantas outras frutas. Frutas de diversas cores, não só vermelhas. Pois a infância da pequena Fê era assim: colorida e alegre, ao mesmo tempo em que astuta e perspicaz.

Mas faltava-lhe algo. Num fim de tarde, recostada ao tronco de uma carregada goiabeira, pensava ela sobre o futuro. Sentia que havia muito por descobrir, mas não imaginava o que poderia ser! Será que... “Paft!”

Sua cabeça doía. Uma dor forte, concentrada no topo de sua cabeça. Ainda massageando-a com a mão também pequena, pequena Fê avistou rolando ao seu lado uma esfera esverdeada. Apanhou-a, e com uma mordida descobriu a firme polpa escarlate sob a casca espessa. Não percebia ela a tamanha contradição entre aquele exato momento e as descobertas que seu futuro a traria. Então, não pela última vez, pequena Fê saboreou o fruto que podia ter a resposta para suas perguntas e aspirações.


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A Parte I (O Pequeno Alessandro), pra quem não leu.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom, Carol!!!
Mas, pow, tem que contar logo o final da história!!!!

Fernanda Dutra disse...

aiii carol!
ameeeei!
shushsu
,***
vai pro site!