À frente me esperam quatro anos, e anseio que nao muitos mais – embora nao seja muito otimista neste ponto – de escravidao ao lead. Aquele maldito parágrafo “sumário” padrao, que encadeia a matéria bloqueando qualquer intervençao criativa livre. É a ditadura do lead. A criatividade tem de ser superior, para encontrar brechas no sistema e acomodar-se sutilmente nas entrelinhas sem ser barrada pelo DIP.
Desafiador? Certamente. Desafios sao ótimos. Mas apesar de a ditadura ter rendido idéias geniais, que sem se comprometer debocham das regras e barreiras nas quais encontram pequenas fendas, que jornalista quer a ditadura de volta?
A liberdade é uma conquista. E o jornalista que quer liberdade para escrever como quer, tem que se consagrar primeiro. Subordinar-se, seguir suas regras, infiltrar-se, vasculhar cada falha na prisao, liderar o motim, explodir tudo, destronar o tirano ditador. Nocautear o lead. Revolução. Fazer tudo isso usando pura e simplesmente estas mesmas pequenas e poderosas armas com as quais conspiro agora: palavras.
Considero o jornalismo um trabalho criativo, e nao automático. Se assim nao pensasse, jamais escolheria tal profissao. Sou muito mais literária do que factual. E para mim, arte – todo trabalho criativo, inclusive o jornalismo – nao pode ser pré-padronizada. Existem, obviamente, influências que esboçam a obra. Depois de pronta, a obra artística pode ser classificada, já que o homem tem infinda necessidade de classificar para compreender.
Mas nao pode um pintor, por dizer-se ou ser dito cubista, pintar apenas preto e ocre quando sua criatividade grita por cores. Assim também nao pode o poeta, depois do modernismo, liberto da métrica, silenciar as palavras que sua alma clama para manter-se em suas dez, doze sílabas. Nao que nao haja beleza numa tela ocre e num soneto. Mas a obra do artista deve ter a possibilidade, a liberdade de retratar o que este pensa, sente, abstrai do mundo ou de seus próprios devaneios. Nao pode haver regras para a arte. Apenas sugestoes.
Assim espero eu, simples estudante, longe de me tornar uma jornalista capaz de derrubar o lead e quaisquer outras convençoes totalitárias (longe cronologicamente apenas, devo acreditar), porém artista como todo ser humano em sua essência, conquistar a liberdade para expressar cada idéia ocorrida neste labirinto eletrônico e abstrato que é a mente.
Um comentário:
humm, comentado.. hehee, tu diz que ningeum comenta, eu comento!!! há!!
humm...
bejo.... do argentino
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