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quinta-feira, outubro 30, 2008

insomnia

"Bem, considerava Clarissa, lendo Barão Marbot às três da madrugada, porque não podia dormir, isto prova que ela tem coração"
Bem, considerava, lendo Mrs Dalloway às três da madrugada, porque não podia dormir, isto prova que sono e insônia são sensações perfeitamente compatíveis. É um conflito que me dá vontade de chorar. Não consigo dormir, faça alguma coisa! Não, injusto. Não sou a única insone: vá, vá ouvir música até pegar no sono. Vou tentar, igualmente. Se estivesse aí, teria adormecido, talvez. Mas prefiro estar aqui, mesmo com os olhos semiabertos. Mesmo com os olhos apertados, perdendo a iluminação da pequena lâmpada por alguns segundos quando viro a página. A agonia transforma-se em um dormente divertimento. Ler quase dormindo é quase sonhar. Mas um sonho bem escrito, tocante. Sinto a felicidade de Rezia, sinto o breve abandono da loucura de Septimus - ou seria a loucura torturando-o/a? Me torturo. Deixo a cabeça cair, finjo ser capaz de dormir encolhida ao pé da cama. Não funciona, minha consciência não se deixa enganar, não se entrega. Maldita consciência, abandona-me nos meus atos e me atormenta no sono.

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