Meu discurso é algo descolado de mim.
Meu corpo é algo descolado de mim. Não sinto que sou corpo. Sinto-me meu discurso.
Formulo, expresso, e às vezes esqueço que sou física, orgânica, tátil. Dialogo, e pareço ter forma, identidade, pareço existir. Mas de repente lembro que tenho rosto, voz... e me incomodo. Cedo ou tarde, é essa matéria o intermédio entre o eu-idéia e o mundo, o outro.
Sinto-me mais eu quando meu corpo não está presente.
Sou mais livre sem me confinar a ele.
Um comentário:
"comecei a viajar numa coisa que eu tinha que escrever
mas nao dá tempo, preciso dormir."
e era isso aqui.
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